Além da tecnologia: inteligência artificial como ferramenta de inclusão e transformação

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Ano a ano, a inteligência artificial vem movimentando bilhões de dólares. O crescimento exponencial é resultado de investimentos em inovações e aplicabilidades em diferentes segmentos. O cenário promissor nos convida a refletir como essa ferramenta tem impactado no dia a dia de milhões de pessoas mundo afora.

Com a “popularização” da IA generativa, esse universo ficou mais acessível para as chamadas “pessoas comuns”, aquelas que são usuárias da tecnologia, mas que tem pouco ou nenhum conhecimento técnico dos bastidores para que a ferramenta opere de forma correta e ininterrupta.

Ao olhar para as possibilidades de aplicação da inteligência artificial, um universo se abre: atendimento ao cliente, contratação de colaboradores, contribuição em diagnósticos médicos, sistemas de transporte, análises e previsões quanto aos efeitos das mudanças climáticas, entre tantas outras. Mas quero me aprofundar na transformação que a IA proporciona no mercado financeiro. As análises preditivas e prescritivas realizadas a partir da inteligência artificial, incluindo a criação de novos conteúdos a partir da IA generativa, cooperam com a inclusão financeira e com a transformação da sociedade. Porém, para de fato transformar, é preciso garantir que as aplicações de IA a serem desenvolvidas e utilizadas no mercado financeiro, além de endereçarem corretamente as dores existentes, façam isso de forma “segura”, evitando prejuízos para as pessoas e a sociedade.

Isso porque, mais do que conceder ou negar crédito a uma pessoa, precisamos ser capazes de explicar e ter transparência na nossa decisão, um passo ainda a ser dado em muitos mercados globais.

Aplicações de IA éticas, interpretáveis/explicáveis, auditáveis e monitoradas são primordiais para que a inclusão aconteça de forma transparente e consistente. Nesse sentido, a utilização da tecnologia de blockchain nas aplicações e modelos de IA se apresenta como uma grande aliada, uma vez que permite o registro completo de informações e decisões na linha do tempo e traz governança para tratar e trabalhar os dados.

As aplicações e modelos de IA também precisam garantir a privacidade e segurança dos dados, minimizando riscos de refletir vieses encontrados nas bases de dados e/ou de interpretações equivocadas.  Assim, o olhar humano para monitorar e validar todas as informações é substancial.

A participação humana em todo esse processo, contribui para que as aplicações de IA (sejam modelos baseados em regras, modelos de aprendizado de máquina, redes neurais, modelos de processamento de linguagem natural/NLP) sejam explicáveis e fujam de combinações que levem a uma avaliação uniforme, priorizando a diversidade como elemento chave.

O que quero dizer com isso é que uma aplicação de IA estruturada, validada e constantemente monitorada aumenta o repertório da mesma, minimizando os vieses que, muitas vezes, excluem perfis da análise de crédito que têm alto potencial de aprovação.

Inovar e aprimorar é um processo contínuo, assim como tentativas, erros e acertos – somente desta forma conseguimos melhorar a capacidade das aplicações de IA. Mas o cuidado com o impacto do uso destas aplicações na vida das pessoas e da sociedade é essencial. A governança de modelos, o uso ético, responsável e explicável da inteligência artificial é obrigatório e pode lançar um olhar diferenciado para uma faixa da população que ainda precisa ser incluída e entendida pelo sistema financeiro. 

Usar a inteligência artificial para esse fim de inclusão pode transformar realidades e estabelecer relações novas e duradouras entre instituições financeiras e clientes.

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