A inovação aberta tem se destacado como uma estratégia transformadora, mudando a forma como as empresas colaboram com startups, universidades e outras organizações. Se você ainda não está familiarizado com esse conceito, prepare-se para descobrir como essa abordagem está mudando o jogo no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções.
Primeiro, é importante lembrar que se trata de uma filosofia que sugere que, para inovar de forma eficaz, as empresas não devem se limitar apenas aos recursos internos. Em vez disso, devem buscar e integrar ideias e soluções de fontes externas. Isso significa colaborar com startups, instituições acadêmicas, laboratórios de pesquisa, parceiros industriais e até mesmo concorrentes. Parece ousado, não é? Mas é exatamente essa ousadia que está trazendo resultados impressionantes.
De acordo com os autores Sandro Magaldi e José Salibi Neto, do livro “A estratégia do Motor 2”, “As empresas não competem mais apenas como entidades individuais. Elas competem como parte de ecossistemas maiores e interconectados”. A dinâmica dos negócios mudou, não é mais uma competição de um contra o outro, muitas barreiras de entrada aos mercados diminuíram, resultando no surgimento de concorrentes não tão evidentes aos segmentos em que as empresas atuam. As empresas precisam utilizar o ecossistema a seu favor, buscando criação de valor conjunta direcionada ao atendimento das necessidades do cliente.
A inovação aberta está presente em 88% das companhias no Brasil. É o que indica o estudo “O Panorama da Inovação Aberta nas Empresas do Brasil” elaborado pela organização social Softex, que ouviu 63 empresas de todos os portes, mercados e regiões do país.
O levantamento mostra que as startups (67%) são o principal perfil de parceiros em ações de inovação aberta nas empresas ouvidas. Essas empresas pequenas, mas ágeis, estão na vanguarda da inovação. Elas trazem novas ideias, tecnologias emergentes e uma mentalidade disruptiva que muitas vezes falta em grandes corporações.
Colaborar com startups permite que as empresas acessem rapidamente novas tecnologias e modelos de negócios e não pense que essa parceria beneficia apenas as grandes empresas. As startups ganham acesso a recursos, mercados e mentoria que são essenciais para seu crescimento. É uma relação ganha-ganha.
Além disso, a pesquisa aponta que 76% das companhias vêm realizando investimentos em inovação com recursos próprios, além de 62,5% que têm programa de intraempreendedorismo, modelo de incentivo ao empreendedorismo dentro das próprias organizações.
E as universidades? Elas são verdadeiros focos de pesquisa avançada e desenvolvimento de tecnologia. Ao colaborar com universidades, as empresas podem aproveitar o conhecimento especializado e a pesquisa de ponta. Programas de pesquisa conjunta, estágios e laboratórios de inovação são apenas algumas das formas pelas quais essas parcerias se manifestam. Essas colaborações não apenas promovem o desenvolvimento tecnológico, mas também ajudam na formação de talentos qualificados que podem ser futuros colaboradores.
Outro aspecto fascinante é a criação de ecossistemas de inovação. Imagine um ambiente onde empresas, startups, universidades, governos e outras entidades trabalham juntas. Esses ecossistemas facilitam a troca de conhecimento, recursos e habilidades. Um exemplo disso são os hubs de inovação e parques tecnológicos, onde diferentes atores podem se reunir para trabalhar em projetos conjuntos.
Claro, a inovação aberta não vem sem seus desafios. As empresas precisam estar dispostas a compartilhar informações e recursos, o que pode ser uma barreira devido a preocupações com propriedade intelectual e competitividade. Além disso, gerenciar essas parcerias exige uma abordagem estratégica para garantir que os objetivos de todas as partes sejam alinhados.
Apesar desses desafios, ela está transformando a maneira como as empresas inovam, permitindo-lhes explorar um vasto ecossistema de ideias e recursos externos. Desse modo, as empresas podem acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções, mantendo-se competitivas em um mercado global em constante mudança.
Para empresas que desejam não apenas sobreviver, mas prosperar na era digital, abraçar a inovação aberta é essencial. Construir parcerias estratégicas e gerenciar essas colaborações de forma eficaz é a chave para o sucesso.
Eu lhe pergunto: você está pronto para abraçar essa nova era de colaboração e inovação?
*Tâmara é Diretora de Finanças da Paschoalotto