Os “pontos cegos” da liderança

São chamados de ponto cego as áreas que o condutor não consegue ver de modo direto ou usando qualquer retrovisor. Na prática, o ponto cego nada mais é do que a faixa onde o campo de visão é obstruído ou tem baixa visibilidade. A ideia aqui é traçar um paralelo com o ponto cego na liderança, ou seja, o que você não consegue ver, e ampliar a perspectiva dando consciência sobre os defeitos e as limitações na sua gestão de pessoas, projetos e rotinas de trabalho bem como, a importância do desenvolvimento continuado para a redução do campo cego.

Primeiro é importante dizer que todos temos “pontos cegos”. A princípio são os aspectos relevantes na liderança que desconhecemos ou equivocamos. A jogada principal é ter a mente aberta, isto é, uma preocupação genuína de que talvez você não esteja enxergando todas as alternativas possíveis e mudar a atitude: ao invés de sempre presumir estar certo, presumir que sempre é possível aprender.

O profissional por mais experiente e consciente que seja de sua liderança, de seus conhecimentos e habilidades, não tem absoluto controle ou visão integral de suas próprias falhas, acertos e possibilidades. Por exemplo, você pode ser uma pessoa muito mais chata e desmotivada do que imagina, ou quem sabe, poderia obter resultados melhores se soubesse se posicionar diferente junto ao time. Já pensou nisso? Estes podem ser seus pontos cegos, na verdade, ponto cego é tudo que outras pessoas enxergam em você, mas que você mesmo não consegue enxergar.

Trago alguns insights para ajudar a desvendar seus pontos cegos:

  • Não seja do tipo “sabe-tudo” e nem use de taxativas afirmações, sempre predisposto a julgar os outros e impor suas opiniões como a última palavra sobre qualquer assunto. Não existe erro maior que estar sempre certo e não estar disponível para ouvir ou mesmo aprender. O seu jeito de fazer as coisas não é o único jeito e talvez, nem o melhor jeito de fazer as coisas.
  • Não tape seus ouvidos aos ruídos. As críticas são mais que um poderoso antídoto contra a vaidade, são bússolas para encontrarmos eventuais pontos cegos. Afinal, há uma grande diferença entre: como queremos ser vistos; como pensamos que somos vistos; e como somos de fato vistos pelos outros. Portanto, absorver e considerar as perspectivas de outras pessoas nos ajuda a expandir as possibilidades de autoconsciência e autoavaliação.
  • Humildade e autoconhecimento. Tenha sabedoria para pedir conselhos de pessoas competentes. Isso é tão importante quanto possuir uma visão própria das coisas. Aliás, uma coisa não anula a outra, não tem relação com inferioridade ou subalternidade, mas com inteligência e determinação para encontrar as respostas ao desenvolvimento da verdadeira liderança.
  • Considere a possibilidade de estar errado. Se várias pessoas confiáveis apontam um erro seu e você é o único que não acha que errou, você deve admitir que seu ponto de vista é, no mínimo, tendencioso. É claro que é possível que você esteja certo e os outros errados, mas ainda assim é prudente ser aberto às possibilidades.
  • Manter o foco na qualidade dos seus relacionamentos e não na quantidade. É difícil cuidar de uma rede exageradamente grande de relacionamentos. Ter clareza de quem é quem em sua jornada profissional é essencial para a descoberta dos pontos cegos, há a relação de confiança nisso… compreende?!?!
  • Comunicar com assertividade investigando quanto à compreensão da sua mensagem, diga aos liderados que precisa da ajuda deles para mapear seus pontos cegos. Há pessoas dispostas a ajudar, acredite, mas, podem estar esperando que você se manifeste, pois não querem desrespeitá-lo oferecendo ajuda. Facilite as coisas para você mesmo.
  • Também é essencial que você mantenha um processo contínuo de revisão quanto aos pontos cegos da sua liderança, tudo está em movimento constante. Oportunize o trabalho em equipe para compreender e discernir erros, valores, propósitos e metas individuais e coletivas obtendo um diferencial competitivo e destacando-se como um verdadeiro líder. Não passe longos períodos sem ouvir ou dar atenção as críticas. Entenda que seus liderados e parceiros profissionais não têm como ler sua mente e somente colaborarão se a iniciativa for sua.

Por fim, lembre-se que toda carreira profissional é estritamente pessoal assim, tome as rédeas e busque o autodesenvolvimento . Ninguém pode construir uma carreira em seu lugar: a sua carreira é indelegável e intrasferível. Empregos vem e vão, mas sua carreira pertence tão somente a você

Quer ficar por dentro de todas as informações do Open Hub News? Acesse nosso Linkedin ou assine nossa Newsletter.

Autor