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Hoje o tema é bem interessante e nas minhas pesquisas infinitas de tentar encontrar caminhos para ajudar a entender e reduzir o endividamento dos brasileiros e empresas, encontrei uma pesquisa muito interessantes da Febraban com participação do Banco Central Brasileiro.
A pesquisa é sobre a saúde financeira do brasileiro e traz alguns dados interessantes. Não é novidade que o Brasil é um país com sérios desafios sociais e que a desigualdade financeira e de oportunidades é muito grande. Mas vou me apoiar na pesquisa para tentar entender um pouco mais como tudo isso reflete na percepção das próprias pessoas em relação as finanças.
Achei bem interessante o objetivo da pesquisa. “Identificar lacunas e personalizar estratégias de educação financeira.” E em termos macro, é “contribuir no aperfeiçoamento de políticas públicas e da ação privada em prol da educação financeira”. Perfeito, são objetivos extremamente relevantes e que ajudam a dar um norte para as ações de crédito e cobrança.
Eles utilizaram o I-SFB, com entrevistas individualizadas, para medição com as métricas no quadro da direita.
Analisando o gráfico, claramente temos um retrato fiel do cenário de endividamento e inadimplência do brasileiro. A pesquisa mostra que 51,7% da população já está em desequilíbrio e fragilidade financeira, e 74% ou estão em desequilíbrio ou bem próximo disto. Apenas 8,2% estão em ótimas condições financeiras, com a vida financeira sem estresse, ou seja, 91,8% da população está em risco de estresse financeira no dia a dia!
Talvez não seja surpresa, mas em um país que mais de 90% da população não consegue pagar as contas com tranquilidade e não formam poupança, dificilmente conseguiriam avançar para um patamar mais desenvolvido em termos econômicos.
Olha que interessante, e ajuda entender este ponto. Um levantamento do Banco Mundial mostrou que, entre 2021 e 2022, a poupança como porcentagem do PIB, isto é, a parcela do valor investido pelas famílias que é contabilizada no cálculo do Produto Interno Bruto, caiu, passando de 18% para 16%. No ranking elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil ocupa a 68ª posição em nível de poupança. O Brasil é a 9º economia mundial e a 68º em poupança da população em relação ao PIB.
Bom, voltando a pesquisa da Febraban, inclui abaixo um resumo dos principais números e insights que a pesquisa nos traz:
Alguns números são alarmantes, como 74% empatam ou gastam mais do que ganham e 68% não tem segurança sobre o seu futuro financeiro, ou seja, pouca perspectiva de melhoria.
Gosto muito do conceito de perspectiva X incerteza. Para saúde financeira este conceito é muito válido e essa pesquisa mostra que a população enxerga pouca perspectiva e muita incerteza com o futuro financeiro, ou seja, a pior combinação possível. O ideal seria alta perspectiva para reduzir as incertezas e alocar melhor os recursos pessoais. Neste cenário o desafio é para pagar as contas em dia, carregando um estresse financeiro continuamente.
Esta pesquisa nos ajuda a reforçar o que acompanhamos diariamente no desafio de reduzir a inadimplência das empresas. Hoje temos mais 70 milhões de pessoas com restrições de crédito, temos um nível de poupança baixo em relação a outros países com situações sociais piores, juros altos e inflação real subindo.
Por fim, não é uma pesquisa que mostra uma piora em relação aos anos anteriores, porém evidencia e traz luz aos desafios que temos no setor.
O cenário é desafiador, e cada vez mais teremos que ser criativos para conceder crédito, controlar caixa e reduzir inadimplência.
Vamos em frente!! Espero ter ajudado de alguma forma a dar mais insumos para as estratégias de crédito e cobrança e a instigá-los a buscar novas alternativas!
Quem tiver interesse na pesquisa completa, me avisa que encaminho!
Até a próxima!!!
