Equilíbrio entre tecnologia e humanização no mercado de crédito e cobrança

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Luiz Gustavo Gava, diretor de cobrança e recuperação de crédito no PicPay

À medida que a tecnologia avança, as empresas enfrentam um dilema: como equilibrar a eficiência operacional com a demanda por experiências de atendimento mais humanas e personalizadas?

A automação se tornou essencial para otimizar processos de crédito e cobrança, mas com ela surgiu também o desafio de implementar inovações sem comprometer a qualidade do relacionamento com os clientes. O verdadeiro desafio é criar uma sinergia onde a tecnologia não apenas sustente, mas amplie a capacidade de oferecer um atendimento empático e personalizado, sem comprometer o desempenho operacional.

Eficiência operacional através da IA em crédito e cobrança

A integração da inteligência artificial permite uma avaliação detalhada e personalizada de cada cliente, identificando padrões de comportamento que poderiam ser negligenciados em análises tradicionais. Esses insights aprimoram a previsão de riscos, como a inadimplência, e possibilitam ajustes proativos nas estratégias de cobrança, tornando-a mais assertiva e eficiente.

Ou seja, a automação não apenas torna a análise mais precisa e adaptada às necessidades individuais, mas também otimiza significativamente o uso dos recursos. Ao automatizar processos rotineiros e previsíveis, é possível acelerar o tempo de resposta, permitindo que a equipe se concentre em interações mais complexas, onde o relacionamento humano é essencial.

Essa abordagem além de melhorar a eficiência operacional, reforça o compromisso com um atendimento que valoriza a compreensão e o respeito pela situação financeira de cada cliente. A personalização e a agilidade no atendimento resultam em uma “nova experiência” aos clientes, promovendo maior lealdade e satisfação, e por consequência algo tão buscado no cenário recente, a principalidade.

Hiperpersonalização como estratégia de diferenciação

A hiperpersonalização se estabelece como uma estratégia fundamental para empresas que desejam oferecer uma experiência verdadeiramente alinhada às necessidades individuais de seus clientes.

Em um cenário onde os consumidores exigem mais do que soluções genéricas, a habilidade de interpretar dados detalhados e criar perfis únicos se destaca como um diferencial competitivo. Com essa capacidade, é possível personalizar a comunicação, ajustar ofertas de produtos financeiros e desenvolver campanhas que estejam alinhadas à realidade financeira e comportamental de cada pessoa.

Essa estratégia vai além de simplesmente oferecer o produto certo no momento adequado; ela reflete um entendimento profundo das preferências individuais, fortalecendo de forma significativa o relacionamento.

Vemos a hiperpersonalização como a base do atendimento humanizado. No PicPay, usamos como premissa a atuação com o entendimento claro da realidade de cada cliente, e o NPS, que é uma das formas de medirmos a percepção dos clientes em relação à forma que nos relacionamos, vem crescendo de maneira importantíssima nos últimos meses.

Equilíbrio entre automação e humanização

O maior desafio hoje é equilibrar a automatização dos processos com a humanização do atendimento, garantindo que cada cliente seja abordado de maneira personalizada, clara e empática. Não existe uma fórmula mágica; é essencial entender o perfil individual de cada devedor para oferecer alternativas compatíveis com sua capacidade financeira.

A tecnologia, especialmente a IA, é uma ferramenta poderosa nesse processo, mas seu valor só é plenamente realizado quando conseguimos traduzir, na operação, um atendimento que integre todas as informações e conhecimentos adquiridos sobre o momento e as necessidades específicas de cada cliente.

Os resultados dessa abordagem nos deixam ainda mais otimistas. As nossas safras de concessão de crédito e os indicadores de inadimplência do portfólio têm superado as expectativas, acompanhados por uma melhoria contínua no nosso NPS.

O equilíbrio desses pilares claramente ilumina um caminho em direção a uma indústria de crédito mais eficiente, empática e sustentável. Seu potencial serve, inquestionavelmente, de bússola para o futuro do consumo, promovendo um equacionamento mais sinérgico entre a Concessão, a Recuperação de Crédito e a Recuperação de Clientes.

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