Cartões além do óbvio: emissores apostam em produto cada vez mais personalizável para atrair diferentes públicos


Tecnologia financeira permite adaptar o produto às necessidades dos consumidores

A abundância de informações financeiras disponíveis atualmente permite que emissores personalizem produtos para públicos segmentados com distintas propostas de valor. Empresas apostam na oferta de diferentes tipos de cartão, cada vez mais personalizados e modulares de acordo com as necessidades de cada cliente. Algumas produzem cartões específicos para determinados públicos; outras adaptam o produto para atender às demandas de diferentes categorias profissionais.

Dados financeiros justificam a atenção dada a essa modalidade de pagamento. No primeiro trimestre deste ano, foram movimentados R$ 965 bilhões com cartões, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2023. O campeão de uso foi o cartão de crédito, que transacionou R$ 635 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Cartões (Abecs).

As novas tecnologias em nuvem possibilitam que os emissores de cartão de crédito criem novos casos de usos. A Pomelo, provedora de tecnologia para emissão e processamento de cartões, fornece uma plataforma com informações detalhadas sobre cada transação: onde e quando o cartão foi utilizado, de forma física ou digital, entre outras. Isso permite ao emissor conhecer os hábitos de uso de cada cliente e criar serviços específicos para ele.

O country manager da Pomelo no Brasil, Rafael Goulart, exemplifica com motoristas de aplicativo. Segundo ele, é possível criar cartões com condições especiais de vencimento e fatura para esses profissionais, que recebem repasses semanais das plataformas. “O cartão é um dos produtos mais modernos e com maior disponibilidade de tecnologia do mercado. Hoje, graças à nossa plataforma em nuvem, conseguimos entrar na era da personalização, oferecendo algo além do óbvio para os consumidores”, afirma.

Além disso, o cartão é um propulsor para as inovações financeiras. Exemplo disso é o pagamento por aproximação, feature que ganhou popularidade nos últimos anos e agora será adaptado para o Pix, segundo o Banco Central.

Até mesmo bancos tradicionais conseguem testar novos produtos adaptáveis, com o auxílio de incubadoras de tecnologia como a Pomelo. Essas instituições têm infraestrutura sobrecarregada e contratam fintechs para rodar testes de novos cartões para seus clientes. Ao final, se o experimento é bem sucedido, o banco incorpora para si a estrutura criada internamente pela incubadora contratada.

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