O hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos: Resenha (Parte I)

Hans Rosling foi um médico e estatístico sueco que passou muito tempo de sua carreira dedicado à saúde pública de regiões pobres do continente africano. Professor de Saúde Internacional na Noruega, em 2005 criou a Fundação Gapminder, cujo objetivo era combater a ignorância a partir de uma visão de mundo baseada em fatos que todos pudessem entender. A partir daí, tornou-se um dos mais renomados palestrantes globais, sendo considerado uma das 100 personalidades mais influentes do mundo pela revista Time em 2012. Faleceu em 2017 devido a um câncer no pâncreas, mas antes disso nos deixou como legado o livro ‘Factfullness, o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos’, que irei abordar em dois artigos. Ao longo de minha trajetória como leitor, poucas vezes na vida me deparei com uma leitura tão provocativa e ‘libertadora’, completamente atualizada para a realidade em que vivemos.

O livro se divide em dez capítulos, um para cada instinto que as pessoas nutrem inconscientemente e que dificultam uma interpretação acertada da realidade que nos cerca. Nesse artigo, iremos cobrir os cinco primeiros: Instinto da separação, da negatividade, da linha reta, do medo e do tamanho.

Antes de começar, o autor expõe um questionário de 13 perguntas simples, cuja resposta, a ser escolhida entre três alternativas (múltipla escolha), será guiada pelo senso comum. São questões que dizem respeito à população que vive em pobreza, educação, acesso a saúde, clima do planeta, etc. Rosling conduzia essas sessões de perguntas para as audiências de diferentes seminários e palestras que ele proferiu ao redor do mundo, frequentado por gente letrada, no topo da pirâmide educacional, e os resultados que ele obteve geralmente foram piores do que se chipanzés tivessem participado. O fato de pessoas esclarecidas estarem amplamente equivocadas sobre questões banais a respeito de temas cotidianos intrigou o autor desde os tempos em que lecionava para estudantes de medicina em seu país e acabou sendo a mola propulsora de todo seu trabalho. Em Factulness, Rosling coloca de forma estruturada uma metodologia que ajuda a nos livrar das armadilhas da ignorância e lugares comuns.

O artigo abaixo é uma compilação dos pontos que julguei mais importante no livro e contém trechos que foram integralmente copiados, misturados com pitacos do escriba que vos escreve.

INSTINTO DA SEPARAÇÃO

Esse instinto concebe que o mundo está sempre dividido em dois. Pobres x Ricos, Bons x Maus, Heróis x Vilões. Seres humanos tem forte instinto dramático e a tendência de separar as coisas em dois grupos distintos, com uma lacuna no meio. Isso obviamente dificulta o entendimento da realidade. Antes de elaborar sobre como superar essa ‘compulsão ao binarismo’, o autor introduz alguns conceitos que permeiam o livro todo e diz respeito à separação por faixa de renda.

Ao invés de dividir a população do mundo entre nações pobres e ricas, Rosling propõe uma segmentação embasada no nível de renda diário:

Nível 1: renda inferior a US$ 2 / dia (1 bilhão de pessoas em 2017)

Nível 2: renda entre US$ 2 e US$ 8 / dia (3 bilhões de pessoas em 2017)

Nível 3: renda entre US$ 8 e US$ 16 / dia (2 bilhões de pessoas em 2017)

Nível 4: renda superior a US$ 16 / dia (1 bilhão de pessoas em 2017)

Pessoas em um mesmo nível de renda desfrutam das mesmas necessidades e confortos, independentemente do local que vivem. Há 200 anos, 85% da população mundial estava na extrema pobreza (nível 1) e na década de 50, os padrões de vida dos países da Europa Ocidental transitavam entre os níveis 2 e 3. Há uma tendência irreversível de melhora no nível de renda, observada mundialmente no último século. Países de renda média, como o Brasil, tem hoje boa parte de sua população no nível 3, com significativo progresso nas últimas décadas. Países desenvolvidos, com a maior parte de sua população no nível 4, apresentavam um cenário completamente distinto no pós guerra, com muito mais gente nos níveis 1 e 2.

Para quem está no nível 4, todos os demais parecem igualmente pobres, mas há uma diferença significativa na qualidade de vida das pessoas ao longo dos três primeiros níveis, à medida que você incorpora renda adicional que dobra o que você já tem. Trata-se da diferença entre andar descalço ou de sapatos, a pé, de bicicleta ou de motocicleta.

Uma das armadilhas mais comuns sugeridas pelo instinto de separação é a utilização de médias. Comparações baseadas nelas normalmente chegam a conclusões binárias. Rosling nos fornece dois exemplos práticos interessantes, o primeiro consiste nas notas médias de matemática na prova SAT entre homens (527) e mulheres (496), diferença que se manteve constante ao longo do tempo. Com base nesse resultado, nosso instinto de separação poderia facilmente sugerir a conclusão comum de que homens são bons em matemática e mulheres não, situação que é desmentida quando se avalia a distribuição das notas e enxergamos que há quase uma equivalência entre homens e mulheres, com a diferença de que há uma preponderância maior do sexo masculino a partir do score 600.

Uma segunda comparação compara as rendas (em US$/dia) entre EUA (67) e México (11). Visto pela média, temos a equivocada noção de que qualquer americano é seis vezes mais rico que um mexicano. Novamente, ao observarmos a distribuição de ambas as curvas, notamos que apesar da grande discrepância, existe uma interpolação entre ambas as populações.

Na maioria das vezes, é muito difícil obter uma separação entre dois grupos. Geralmente, mesmo aqueles aparentemente distintos estão bastante sobrepostos, o que nunca será visto somente com a utilização de médias.

Outra armadilha comum sugerida pelo instinto da separação é a comparação de extremos e aqui o Brasil é citado em um exemplo. Como um dos países mais desiguais do mundo, os 10% mais ricos do país detém 41% da renda total do Brasil. Esse número já foi de 50% em 1989 e tem caído gradualmente. Novamente, quando analisamos a distribuição da população, notamos que a maior parte da população brasileira se encontra no nível 3, não há uma lacuna entre os mais ricos e mais pobres com nada no meio.

Muito frequentemente, sob qualquer avaliação, a maioria da população encontra-se no meio, exatamente na lacuna entre os dois extremos sobre os quais nosso instinto de separação trabalha. O mundo está muito longe de ser binário. Prudência na avaliação de médias e comparações extremas, além do cuidado de não generalizar a visão de quem está no topo são recomendações para que evitemos os equívocos desse instinto, tão comumente aplicado nos dias de hoje. Certamente, inúmeros exemplos lhe vem à cabeça no momento…

INSTINTO DA NEGATIVIDADE

Quando confrontados com a pergunta se o mundo estava piorando, melhorando ou igual, mais da metade dos respondentes em todos os países pesquisados cravaram a primeira resposta. É a nossa tendência natural em prestar mais atenção nas coisas ruins do que nas boas, que traduz o instinto da negatividade, uma concepção completamente equivocada da realidade.

É fácil ter consciência das coisas ruins, difícil é saber das melhorias que nunca são relatadas. Ao longo dos últimos 20 anos, a população mundial vivendo na extrema pobreza caiu pela metade. Em 1800, 85% do planeta vivia no nível 1, há 50 anos eram 50%, hoje somente 9% (inferior US$ 2/dia). Em 1997, 42% da população da India e China viviam na extrema pobreza, 20 anos depois temos essa parcela equivalente a 12 e 1% da população, respectivamente. No mundo, a queda foi de 29% para 9% em 20 anos.

O autor expõe um exemplo de seu próprio país, a Suécia, que em termos de expectativa de vida x renda, encontrava-se em 1863 no nível do Afeganistão atual, em 1891 no nível de Lesoto, em 1920 no nível da Zâmbia e em 1950 no nível do Egito dos dias de hoje. Uma melhora contínua e irreversível, que ocorre invariavelmente, em maior ou menos velocidade, com todos os países.

Somos normalmente alvejados por lembranças seletivas e equivocadas do passado. A maioria absoluta de tudo era pior, não melhor. Ao mesmo tempo, quando somos apresentados à situação de que o cenário que nos cerca é ruim, parece constrangedor afirmar que estamos melhorando. Jornalistas que noticiam aviões pousando em segurança ou a colheita de safras intactas, não verão seu trabalho estampado na mídia. Histórias sobre melhorias graduais não tem espaço em lugar nenhum.

A taxa de crime nos EUA vem caindo desde 1990 continuamente e a maioria da população, quando perguntada a respeito, afirma que a situação da criminalidade está piorando. Lembrem-se que mídia e ativistas dependem de drama para conseguir sua atenção. E por que então não admitimos isso? O autor nos coloca uma explicação bem plausível: ‘’você sente que minha afirmação de que o planeta está ficando melhor é como falar que tudo está bem, ou que não devemos mais focar nos problemas. Isso parece ridículo, até estressante’’. É incrível como as pessoas tem dificuldade para entender que muitas vezes as coisas podem estar ruins e melhores ao mesmo tempo.

Quando somos atingidos por notícias ruins, lembremo-nos de que eventos de conotação negativa tem muito mais chances de chegar até nós. Espere notícias ruins. Mais notícias não significa mais sofrimento. Melhora gradual não é notícia. Tenha muito cuidado com as idealizações do passado.

Em particular durante o período da pandemia, o instinto da negatividade encontrou terreno fértil para prosperar. Ao longo desses 12 meses fomos bombardeados incansavelmente por más notícias, muitas vezes aflorando um sentimento de má vontade contra qualquer perspectiva diferente daquela dominante na mídia. Quando comecei a mensurar os indicadores da covid por conta própria, a partir dos dados oficiais, mas com diferentes visões, não raro fui atacado com mensagens ofensivas, acusando-me de semear um otimismo equivocado, quando na verdade estava buscando apenas informação detalhada não fornecida pelos meios de comunicação tradicionais. Até hoje, presenciamos manchetes distorcidas com números isolados, sempre referenciando o aspecto negativo da notícia. É o Reino da perspectiva única, a pior possível.

Ao contrário do que nosso instinto de negatividade insiste em nos dizer, o mundo melhora, em todos os aspectos. Abaixo uma lista de 16 indicadores ruins que vem diminuído com o tempo e outros 16 bons indicadores que estão aumentado. Sim, o nosso destino é o progresso.

INSTINTO DA LINHA RETA

Existem 2 bilhões de crianças entre 0 e 14 anos hoje no mundo. Quanto haverá em 2100? 4, 3 ou 2 bilhões. ‘O número de crianças futuras é o mais essencial para fazermos previsões de população global. Se esse número for errado, toda uma série de previsões vai por água abaixo’. Mais de 85% dos respondentes em vários países erraram a resposta correta, que é de 2 bilhões de crianças, o mesmo número de hoje.

A humanidade demorou 1800 anos para atingir seu primeiro bilhão de habitantes, o segundo bilhão veio nos 130 anos seguintes e em menos de 100 anos foram somados outros 5 bilhões. Vendo sob a perspectiva gráfica, tem-se a impressão de que presenciaremos uma explosão demográfica sem precedentes, uma linha reta tendendo ao infinito, resultando em uma população que não poderia ser sustentada pelos recursos naturais do planeta. Analogamente, se observarmos o crescimento de um bebê nos primeiros seis meses de vida (de uns 20 cm) e projetarmos o futuro baseado nessa reta inicial, teríamos um gigante de alguns metros na idade adulta, o que nunca ocorre.

O instinto da linha reta nos remete a conclusões erradas em ambos os casos. Assim como nenhuma criança se converte em um adulto de vários metros, a população humana tende a se estabilizar em 11 bilhões de pessoas, e isso ocorrerá não porque teremos um maior nascimento de crianças, mas porque a população adulta, de 15 a 70 anos, que já nasceu, ganhará representatividade.

Em 1800, as mulheres davam à luz em média a 6 filhos. Então por que a população não crescia? Em média, 4 das 6 crianças não chegavam à idade adulta. Brutal e trágico. Hoje, temos no mundo uma média de 2.5 filhos por mulher e a maioria esmagadora atinge a idade adulta. Tomemos o exemplo do Egito, com 30% de mortalidade infantil (óbito antes de completa 5 anos) em 1960 e 2.3% em 2016.

Se tomarmos as populações nos níveis 2, 3 e 4, encontraremos uma média de 2 filhos/mulher, que é o indicador que mantém a estabilidade populacional. Na população do nível 1, esse índice é de 5 filhos / mulher. Cada geração mantida na extrema pobreza produzirá uma geração seguinte ainda maior.

A melhor maneira de controlar nosso instinto de sempre enxergar linhas retas é lembrar que as curvas vem em muitas diferentes formas. Muitos aspectos do mundo são melhor representados por curvas diferentes de uma linha reta.

INSTINTO DO MEDO

O pensamento analítico é sempre difícil, mas é quase impossível quando estamos com medo. Não há espaço para fatos quando a mente está tomada por ele. Se não tivermos cuidado, acreditaremos que o incomum é comum, que é assim que o mundo se parece.

Quando pessoas são indagadas sobre qual seu maior temor, quatro respostas tendem a aparecer perto do topo: cobras, aranhas, altura e claustrofobia. São medos impressos no circuito dos nossos cérebros por razões evolutivas e que podem até fazer sentido para pessoas que vivem nos níveis 1 e 2 (60 mil morrem todo ano por picada de cobra), mas são raríssimos e praticamente não aplicáveis nos níveis 3 e 4.

A imagem de um mundo perigoso jamais foi disseminada de maneira tão efetiva quanto agora, ao mesmo tempo em que o planeta nunca esteve menos violento e mais seguro.

As mortes per capita por fenômenos naturais caíram para 6% do que eram há 100 anos. Durante 10 dias em 2015, enquanto o mundo assista às imagens do terremoto no Nepal, onde 9 mil pessoas morreram, tivemos o mesmo número de mortes não noticiadas de 9 mil crianças por diarreia relacionada ao consumo de água contaminada.

Em 2016, de um total de 40 milhões de voos de passageiros comercial pousou em segurança, somente 10 terminaram em acidentes fatais, ou 0,000025% do total. Foi o segundo ano mais seguro da história da aviação, fato que passou desapercebido.

O acidente em 2011 na usina de Fukushima, no Japão, devido a um tsunami próximo à costa, não causou nenhuma morte pela radioatividade. As 1600 pessoas morreram porque fugiram. Eram idosos que faleceram devido aos estresses físico e mentais causados pela evacuação, ou de causas naturais nos abrigos. O medo da radioatividade os matou e não a própria.

Nos EUA, 3172 pessoas morreram em consequência do terrorismo nos últimos 20 anos, o que dá uma média de 159/ano, incluindo o evento de 11/09/2001. O álcool mata 69 mil americanos / ano. Acidentes de carro e homicídios causados por pessoas alcoolizadas matam 7500 pessoas todos os anos. Ou seja, a chance de um americano ser morto por um bêbado é 50x maior do que ser morto por um terrorista.

Uma semana após o evento de 11/09/2001, 51% dos americanos se preocupavam com a possibilidade de um parente vir a ser morto vítima de terrorismo. Quatorze anos depois, o número era o mesmo!!!

O medo pode ser útil se direcionado corretamente. O instinto do medo é um guia terrível para compreender o mundo, pois faz com que dediquemos nossa atenção aos perigos improváveis e negligenciemos o que é realmente arriscado. Assustador é diferente de perigoso.

Para fugirmos das armadilhas causadas pelo instinto do medo, devemos reconhecer que eventos assustadores podem ganhar nossa atenção, mas não necessariamente representam riscos relevantes. Nossos medos naturais de violência, cativeiro e contaminação fazem com que sistematicamente superestimemos esses riscos.

O mundo parece mais assustador do que é porque o que você ouve foi selecionado, pelo seu próprio filtro de atenção ou pela mídia, precisamente porque é assustador.

O risco que algo representa para você depende do quão perigoso um evento é e quanto você está exposto a ele. Quando você está com medo, enxerga o mundo de forma diferente. Tome o menor número de decisões até o pânico passar!

A pandemia proporcionou terreno fértil para a propagação do instinto do medo. Muitas pessoas foram contagiadas por um estado de pânico permanente, ignorando a baixa letalidade da doença e o seu real problema, o de colapsar o sistema de saúde pelo seu elevado índice de contágio. Para muitos, era como se estivessem diante de um vírus tão letal quanto um câncer, situação claramente desmentida por qualquer estatística, mas que mesmo assim não acalmou aqueles com o instinto do medo mais aguçado.

INSTINTO DO TAMANHO

Na pobreza profunda, você nunca deve fazer nada de maneira perfeita. Se fizer, roubará recursos de onde eles podem ser melhor empregados. Não são médicos e leitos que salvam vidas nos países de nível 1 e 2, mas medidas preventivas.

Nós tendemos a tirar as coisas de proporção. É instintivo se equivocar sobre a relevância de um caso único ou de uma vítima identificável.

A realidade da formiga é a folha, ela não tem a menor ideia do que possa ser a árvore, muito menos a floresta. Quantas vezes não ouvimos veredictos baseados no caso do amigo da vizinha. Comumente também somos influenciados pelo nosso próprio ambiente e o tomamos como realidade generalizada. Profissionais que trabalham com prevenção à fraude podem ter a tendência de achar que todos somos potenciais fraudadores, mesmo que a fraude corresponda a uma transação em cada milhão. Para quem trabalha com cobrança, o mundo está inadimplente, apesar dos mesmos não corresponderem a mais que 10-15% de um portfolio qualquer. E por aí vai. É o instinto do tamanho nos pregando peças.

Um exemplo simples. Em 2016, 4.2MM de bebês morreram antes de completar um ano, número isolado que parece assustador. Uma catástrofe. Vamos então adicionar algumas informações. Em 2015 foram 4.4MM. Em 1950, foram 14.4MM. Com mais detalhes, podemos mudar ainda mais nossa opinião sobre a primeira notícia. Em 2016 tivemos 141MM de nascimentos. Em 1950, foram 97MM. Está clara a evolução. Resolvido o tema do instinto do tamanho, a notícia inicialmente assustadora passa a ter viés positivo.

Nunca, jamais, deixe um número sozinho. Nunca acredite que ele, solitário, possa ser significativo. Se lhe oferecem um número, peça pelo menos mais um, algo para ser comparado.

O autor lembra sobre as notícias de um ataque fatal de urso na Suécia, evento muito mais noticiado que os feminicídios que ocorrem com uma frequência 1300 vezes maior. Por ocasião da gripe suína,  Rosling calculou quantas menções no google por óbitos foram atribuídos à gripe vis a vis à tuberculose, em um mesmo período. O resultado, um óbito de gripe suína recebeu 82 mil vezes mais atenção do que um de tuberculose. Nem posso imaginar a proporção dessa comparação em tempos atuais de covid.

Quando vemos um número isolado em uma reportagem, precisamos nos perguntar: A que ele devia ser comparado? Como estava há seis meses? Há um ano? Há cinco anos? Como seria em um país ou região comparável, qual sua evolução? Pelo que deveria ser dividido?

Sempre devemos colocar os números em proporção e taxas per capita são os melhores indicadores básicos para isso (dividir por 1k pessoas, etc). Números isolados são enganadores!

Na segunda parte dessa resenha, a ser publicada em breve, cobriremos os outros cinco instintos que atrapalham uma boa perspectiva da realidade: instinto da generalização, de destino, de perspectiva única, de culpar e de urgência.

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